Dor – Mitos e Verdades

Neste mês, abordaremos um tema que todos nós conhecemos e, certamente, já experimentamos em algum momento de nossas vidas: a dor.

A dor é uma sensação desagradável que pode surgir em nosso corpo, mesmo na ausência de danos reais aos tecidos corporais. Trata-se de um fenômeno complexo que envolve diversas estruturas e uma infinidade de informações processadas pelo nosso sistema nervoso, culminando naquilo que chamamos de dor.

Por exemplo, é possível sofrer um acidente grave e, dependendo das circunstâncias, não sentir dor imediatamente. Muitos de vocês provavelmente já ouviram relatos de pessoas que, após uma fratura ou outro trauma aparentemente doloroso, não sentiram nada no momento do ocorrido. Mas, por que isso acontece?

É exatamente isso que quero explicar de forma clara e acessível, para que todos possam compreender esse fenômeno tão intrigante.

A dor pode ser compreendida como um sistema de defesa altamente avançado do nosso corpo. Ela é ativada quando o organismo percebe que estamos em “perigo” e desativada quando nos sentimos “seguros” ou quando outras prioridades demandam nossa atenção. Mas quem faz essa distinção entre “perigo”, “segurança e o que é mais importante no momento? O cérebro, nosso órgão mais complexo e essencial.

Sentir dor, portanto, é o resultado da interpretação do cérebro de que uma situação específica representa uma ameaça, ativando um sinal de alerta para nos proteger. Esse sinal é a dor.

Mas de onde vem essa noção de perigo? A resposta é: de praticamente qualquer coisa. Pode ser algo físico, como bater o pé em uma porta ou enfrentar uma infecção bacteriana ou viral, mas também pode ser algo emocional ou psicológico, como uma discussão em casa, uma situação de alto estresse, um pensamento negativo, um lugar que traga lembranças ruins ou até mesmo imaginar uma situação dolorosa.

Essa capacidade do cérebro de associar tantos fatores ao “perigo” demonstra a complexidade da dor e reforça a importância de entendê-la como uma experiência única e complexa.

“Senti dor depois de bater o pé, e ela continuou por meses após o machucado.” Ok, essa é a parte “altamente avançada” de que falei anteriormente. Esse mecanismo do nosso corpo não está ali apenas para nos proteger no momento do impacto. Ele foi projetado para durar alguns dias ou até semanas, dependendo da gravidade do problema.

“Estou sentindo essas dores há anos! O que há de errado com o meu sistema?”

Nesses casos, o que acontece é que nosso corpo se habitua a transmitir essa mensagem de dor, criando uma resposta que parece natural. É como quando nos acostumamos a realizar algo sem precisar pensar, como dirigir, comer, vestir-se, amarrar os sapatos, escovar os dentes ou secar o corpo.

A boa notícia é que, assim como nosso corpo se adaptou a enviar essa mensagem de dor, ele também pode se adaptar a não enviá-la. O corpo humano é altamente moldável e adaptável. Cada caso clínico é único, e a resposta de cada pessoa será individual. Embora esse fenômeno seja complexo, sempre há potencial para mudanças positivas.

O tipo de terapia mais indicado para essa situação atualmente se baseia em dois pilares: o movimento e o conhecimento sobre o tema (educação em neurociência da dor). Estudos recentes mostram que quanto mais as pessoas entendem sua dor, maior é a probabilidade de reduzir os episódios dolorosos. Além disso, a movimentação corporal e a prática de atividades físicas têm apresentado efeitos semelhantes, desde que sejam realizadas nas proporções e doses adequadas a cada indivíduo.

Esse acompanhamento deve ser realizado por um profissional de saúde capacitado, que, segundo pesquisas recentes, pode oferecer um tratamento tão eficaz quanto a terapia medicamentosa.

FT. Elder Vasconcellos
Especialista em Dor pelo Albert Einstein

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Dr. Elder Vasconcellos

Fisioterapeuta certificado pelo Método McKenzie® de Diagnóstico e Terapia Mecânica® (MDT), com especialização em Dor pelo Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, e em Traumato-Ortopedia pela Universidade Gama Filho, no Rio de Janeiro.

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